Extraido do Livro 2000 Conjunção de dois Planos

Extraido do Livro 2000 Conjunção de dois Planos

   Descoberto templo de 4 mil anos no Peru
Local de adoração pode ser o mais antigo das Américas, 
segundo pesquisador. Pinturas murais e método de construção
são principais diferenciais do achado. 
Arqueólogos acharam um templo de blocos
de argila, com pinturas murais, com cerca de 4.000 anos, 
no norte do Peru. O templo pode ser um dos mais antigos da
América, segundo o responsável pelos estudos.


Situado no meio de uma ruína de cerca de 50 metros quadrados, 
o templo tem uma escada central e um salão onde há um
altar de culto ao fogo, afirmou à Reuters o arqueólogo Walter Alva, 
por telefone.
2.000 A.C.
O lugar onde os arqueólogos trabalham, 
localizado em Lambayeque, no norte do Peru, 
a 760 km de Lima, é chamado de Ventarrón. 
Segundo Alva, o complexo foi construído 
2.000 anos antes de Cristo.
"Trata-se de um templo de cerca de 4.000 anos. 
O que nos surpreende são os métodos de construção, 
o design arquitetônico e,acima de tudo, os murais, 
que podem ser os mais antigos do continente", afirmou Alva, 
diretor do Museu Tumbas Reales de Sipán.
Descobertas em Sipán, um centro administrativo 
e religioso da cultura mochica, 
incluem uma tumba de ouro, construída
há 1.700 anos para um rei pré-inca.
"A descoberta desse templo revela evidências 
que sugerem que na região de Lambayeque 
havia um intercâmbio cultural entre
a costa do Pacífico e o restante do Peru", 
declarou Alva


 O VELHO LINO
Ninguém sabia seu nome completo até o dia 
em que foi necessário verificar seus papéis 
para seu enterro. Conheciam-no, apenas,
como o Velho Lino.
Ele chegara à UESB por seus próprios meios, 
mas tão doente que foi logo encaminhado 
para o modesto “hospital”. O diagnóstico
foi de cirrose hepática, sem possibilidade 
de recuperação. Assim mesmo, durou alguns meses e, 
durante todo esse tempo, Neiva
cuidou dele com carinho e afeição.
Na sua clarividência, ela ia vendo 
seus quadros e os relatava a ele.
Seu corpo era todo inchado pela perniciosa 
moléstia e sua pele tinha um tom esverdeado, 
que causava repugnância. Isso tudo
era agravado pela sua boca desdentada. 
Mas o Velho Lino quase não se queixava. 
Dia a dia, ele ia morrendo com a tranqüilidade
dos que se acham “em casa”. 
Entre ele e Neiva havia amizade e respeito. 
Os dois tinham longas palestras, que ninguém entendia.
Alguns meses depois de sua morte, 
Neiva sentiu saudades dele. 
Só então se dera conta da sua solidão, 
em meio à multidão que viva. Afinal, o Velho Lino 
tinha sido um bom companheiro, 
na visão dos caminhos que conheciam pouco.
Lembrou-se, então, de seus transportes, 
e pensou que, talvez, tivesse oportunidade 
de saber notícias dele. Com essa idéia em mente, 
encaminhou-se para sua plataforma de contato, 
e lá sentou-se à espera.
Sua concentração foi tão natural e imperceptível 
que até se assustou um pouco quando 
ouviu a voz familiar de Johnson Plata a
lhe dizer “Salve Deus!”. Eris estava com ele.
Já fora do corpo, ela respondeu, 
e Johnson foi logo dizendo:
- Vamos, Natachan, vamos que está na hora 
de encontrar o Velho Lino!
Ela ficou meio encabulada, 
talvez devido à maneira de como que eles 
conheciam seus pensamentos, e sentiu certa relutância 
em aceitar o convite. Ao ouvir o nome do Velho Lino 
ser mencionado por Johnson, com seu ar nobre e saudável, 
perdeu parte do seu entusiasmo. 
Na sua mente passaram quadros dos últimos dias 
de sua vida e do cadáver inchado daquele velho de setenta anos.
Mas, imediatamente, sentiu vergonha de seus 
pensamentos, e seguiu-o, sem mais comentários.
A chalana pousou suavemente numa 
espécie de plataforma iluminada.
Saíram da nave e se encaminharam 
por um longo corredor, que terminou 
num parque iluminado pelo luar. 
No meio do terreno,
tapetado de uma erva que reverberava à luz da Lua, 
e pontilhado de árvores simétricas, 
erguia-se enorme edifício, que se alongava 
para os fundos do parque. 
Ela ficou olhando aquelas árvores, 
que sempre lhe chamavam a atenção pela simetria.
Para ela, que gostava das flores artificiais da Terra, 
elas pareciam ser de plástico colorido. 
Reparou, também, que, em todas elas, 
estavam dependurados medalhões, 
com inscrições que ela não distinguia. 
Estranha música pairava no ar, mas Neiva não
tinha muita certeza de que se tratasse de música. 
Parecia mais um som agradável, um zumbido modulado. 
Johnson falou:
- Aqui, Natachan, é um hospital de recuperação 
da Casa Transitória e, também, o ponto de partida para Capela.
Apontou um lado para o qual Neiva ainda não olhara, 
e ela viu várias naves de grande porte, 
que se pareciam muito com os zepelins (dirigíveis) da Terra, 
só que tinham enormes janelas, 
cuja luz amarelada se destacava na luz branca do luar.
Chegaram ao saguão do enorme edifício, 
e Neiva se preparou para o choque. 
Sentia saudades e um certo receio. 
Ficou olhando as pessoas que se movimentavam 
nos seus afazeres e, momentaneamente se viu sozinha. 
Johnson e Eris conversavam com alguém, junto
a um balcão. Nisso, ouviu seu nome sendo chamado 
pela voz do Velho Lino. Levantou os olhos, 
receosa, e viu, diante de si, um
homem que aparentava uns quarenta anos, 
cujo sorriso amplo revelava dentes alvos e perfeitos. 
Trajava roupas semelhantes às dos Capelinos, 
e tinha um ar saudável e desenvolto. 
Ela custou a acreditar que estava diante do Velho Lino!
Daquele pobre velho, inchado e desdentado, 
só restava o ar de serenidade e segurança 
que caracterizavam seu espírito evoluído. 
Ele estendeu a mão, sempre sorrindo, e, 
olhando-a com ar carinhoso, falou:
- Neiva, que satisfação em vê-la! 
Queria muito lhe agradecer o tanto que fez por mim, 
até meu desencarne! Tudo que sou, devo a você e à UESB. 
Mas, principalmente a você, 
que me amparou com seu amor e seu carinho. 
Graças a Deus!
Neiva estava tão emocionada que não conseguia falar. 
Sentia as lágrimas descerem pelo seu rosto e procurou, 
como fazia na Terra, um lenço para disfarçar.
A diferença que se operara em Lino era fantástica. 
Há apenas alguns meses, ele deixara um 
corpo esverdeado pela infeção, como um fruto apodrecido, 
um ser humano sofrido e pobre. 
A figura que tinha, agora, diante de si, 
era a de um homem em plena forma
e com a tranqüilidade de um ser humano realizado.
Pelo seu espírito passaram as mais variadas implicações, 
comparações, lembranças, doutrinas e tudo o que aprendera. 
Quantas conclusões, quantas provas da multiplicidade do espírito, 
da veiculação variada, de corpos e personalidades ocupados 
por um mesmo espírito!
E o que pensar da fabulosa capacidade moldadora, 
na maleabilidade da matéria nos planos fora do físico? 
Ali na figura esbelta de Lino, 
estava a prova viva de cada uma daquelas assertivas. 
Enquanto refletia, ia ouvindo os comentários de Lino, 
que lhe contava, com sobriedade, o que acontecera 
desde que chegara, trazido pelos Médicos do Espaço.
Enquanto ouvia, percebeu que aumentara muito 
a movimentação de gente em torno do edifício, 
e sentiu certa curiosidade pelo que estaria acontecendo. 
Lino apressou-se em explicar que aquele povo todo 
estava de partida para Capela, inclusive ele.
Neiva compreendeu a razão da presença de todas aquelas naves. 
Viu que todas tinham grandes comportas, 
por cujas rampas pessoas iam e vinham. 
Era o embarque em andamento, 
como em qualquer aeroporto da Terra. 
Lino continuou falando e pedindo
notícias do pessoal da UESB, 
mas os sentidos de Neiva estavam alertas 
para alguma coisa que pairava no ar, uma estranha
expectativa. Notando seu estado, Lino apressou-se a 
lhe explicar que a curiosidade era em 
torno da espera de uma pessoa que estava chegando 
da Terra e que iria para Capela na mesma frota que ele. 
Tratava-se de um político do Brasil, muito conhecido,
e cuja influência fora muito grande nos destinos desse país, 
pois fora um ditador.
Daí a pouco, chegou um pequeno veículo e pousou
bem junto ao edifício. Dele saíram homens com roupas 
semelhantes à de enfermeiros. Levavam uma espécie de maca, 
e Neiva, do ponto onde se achava, distinguiu claramente 
as feições transtornadas do homem ali deitado. 
Subitamente, a palavra “ditador” calou na sua mente 
e ela deu um grito.
- Mas, seu Lino, – exclamou – esse homem morreu há muitos anos 
e só agora está chegando aqui?
- Sim, Neiva, de fato ele morreu há alguns anos, 
mas não conseguiu se desligar dos seus compromissos cármicos, 
e permaneceu na Terra, ligado aos seus interesses. 
Por muito tempo, continuou entrosado com 
seus correligionários e ao magnetismo das mentes 
dos que o odiavam e dos que o amavam. 
Ultimamente, porém, ele estava se imiscuindo 
com a falange dos Falcões, e os Mentores Espirituais 
acharam por bem retirá-lo de circulação, 
para que não se atrasasse. 
Era um homem honesto que se deixara
influenciar pelo orgulho e pela desonestidade 
de muitos de seus adeptos.
As recordações de Neiva em torno do antigo ditador, 
cujo domínio do país fora exercido, inclusive, 
nos tempos em que ela era uma viúva jovem e lutando pela vida, 
misturaram-se com o quadro que acabara de presenciar, 
e ela sentiu certo desequilíbrio.
Johnson se aproximou e convidou-a, gentilmente, 
a se reequilibrar. Ela, um pouco envergonhada pelo lapso 
momentâneo, retomou sua compostura habitual. 
Johnson fez alguns comentários em torno da viagem, 
e Neiva notou que alguns dos veículos já haviam
recolhido as rampas de embarque. 
Viu, nas suas janelas iluminadas, as sombras dos passageiros, 
e Johnson comentou que eram espíritos que haviam 
terminado sua recuperação na Casa Transitória 
e estavam indo para Capela. A aparência, entretanto, era
igual à de uma plataforma de trens, na Terra, 
com sua balbúrdia. “Assim na Terra como no Céu!...” – 
pensou ela.
Nisso, Lino apresentou suas despedidas, 
e Neiva notou que ele estava muito alegre 
com a partida. Mais uma vez agradeceu tudo
o que ela fizera por ele:
- Deus lhe pague, Neiva, por tudo. Creio que vai ser 
difícil a gente se encontrar nesse mundão para onde vou.
Ela sentiu um aperto no coração, e acenou para ele, 
que se encaminhava para uma das naves.
Uma a uma, as naves foram decolando silenciosas e, 
aos poucos, o terreno foi ficando vazio. 
Johnson pediu-lhe que aguardasse um pouco, 
pois tinha alguns assuntos a tratar ali. 
Neiva ficou pensando naquilo tudo, olhando a movimentação, 
agora bem menor. Mas, a tranqüilidade não durou muito. 
Outras naves, semelhantes às que haviam partido, 
foram chegando. Só que, desta vez, se procedia a 
um desembarque. Neiva viu que delas saíam espíritos 
nas piores condições, amparados por enfermeiros e
médicos espirituais. Eram os “mortinhos”, 
como ela costumava dizer. Tomada de piedade, exclamou:
- Pobrezinhos!
- Pobrezinhos, por que? – perguntou Johnson Plata, 
se aproximando – Essa leva de espíritos que está chegando 
resulta de um desencarne coletivo que acaba de se fazer na Terra. 
São espíritos terríveis, Neiva, mas que pagaram boa parte de suas
dívidas, contraídas na antiga Roma. 
Todos eles foram colaboradores em torturas e
queima de pessoas daquele tempo. Agora,
acabam de desencarnar no incêndio de um circo, no Brasil. 
Na verdade, só agora é que vão, realmente, 
se recuperar totalmente dos carmas contraídos, 
naquele tempo, em Roma. Ainda há muitos deles na Terra, 
mas, até 1984, todos estarão neste plano.
Johnson continuou dando explicações, 
enquanto olhavam o desembarque. 
Neiva, sorrindo, pediu-lhe que, agora, tivesse cuidado
com tanta informação, pois sua cabeça era muito pequena.
Ele também sorriu, e disse-lhe que era teria 
que absorver muitos fatos para o exercício 
de sua missão na Terra.
- Entre elas, Natachan, você irá agora receber 
as iniciações de um Mestre do Tibete, 
que Seta Branca conseguiu. Você irá
aprender a Alta Magia no próprio Tibete!
Neiva recebeu a informação e indagou 
de Johnson como é que ela, uma missionária, 
iria trabalhar com um “mortinho”.
- Não, – disse Johnson, sorrindo – 
não se trata de um “mortinho”, mas sim de alguém 
do seu próprio plano e adequado à sua altura evolutiva, 
pois se trata de um monge altamente evoluído. 
Mas, porque essa sua intransigência com os que você 
chama de“mortinhos”? Não será isso influência 
do catolicismo, que proíbe a invocação dos mortos?
Ela não fez comentários, e ele continuou:
- É preciso a gente se lembrar de que não existem 
“mortos”, mas, apenas, recém-chegados a um plano ou outro. 
Num ponto,talvez, os católicos estejam certos, 
pois os que aqui chegam têm muito em que 
se concentrar e a invocação da Terra os prejudica.
Pouco depois, todos estavam no interior da chalana, 
que decolou, silenciosa, em direção à Terra. 
Neiva permaneceu absorta,pensando em tudo o que 
vira e ouvira. Despertou ouvindo um comentário 
de Eris em torno do Xingu. Para ela, pareceu que,
naquele momento, estavam passando por sobre 
essa região do centro do país.
- Ali – dizia Eris – estão os verdadeiros missionários de Deus!...
Ela não entendeu bem o que ele queria dizer com aquilo, 
mas deixou para se informar em outra oportunidade. 
Afinal, ela já tinha um bocado de informações 
para catalogar em sua pequena cabeça!
Eles se despediram com um caloroso “Salve Deus!”, 
e Neiva sentiu frio, pois começava a cair uma chuva fina. 
Johnson continuou em sintonia, pela sua vidência, 
e recomendou que ela tomasse um medicamento 
para a febre e que fosse logo para casa, se abrigar da chuva. 
Ouvindo isso, ele disse, meio agastada:
- Por que, agora, essa preocupação? 
Se meu corpo estava aqui, na chuva, 
de que adiantam esses cuidados agora?
- Não, Natachan! – respondeu Johnson – 
Enquanto seu espírito estava conosco, 
seu corpo estava protegido pelos nossos médicos
e não corria perigo algum. 
Pode estar certa disso! Agora, porém, 
você está entregue às leis do mundo físico e de 
sua faixa cármica. Vá se cuidar!
E sempre sorrindo, desapareceu do campo de sua vidência.
(Extraido do Livro 2000 Conjunção de dois Planos)